O técnico Juan Ramón Carrasco é responsável por um esquema ofensivo, mas autor de "invenções" curiosas à frente do Atlético-PR. O uruguaio, fiel à formação tática 4-3-3, costuma improvisar jogadores - canhoto na direita, volante na zaga, atacante na lateral e até zagueiro no ataque. O treinador de 55 anos - no Furacão desde o início do ano - ainda tenta se adaptar à cultura do futebol brasileiro e fala que sabe que as mudanças que faz provocam surpresa entre a imprensa esportiva (veja o vídeo acima). Ele cita, inclusive, a entrada do zagueiro Manoel como centroavante no empate em 1 a 1 com o Corinthians-PR, pelo Campeonato Paranaense.
- É a conduta do Brasil. Ou seja, tenho que respeitar. Aqui se falou de Manoel de 9. A conduta e o costume do Brasil, eu tenho que respeitar e fazer não coisas que eu não goste, mas tenho que ver resultados - afirmou o comandante em entrevista coletiva na sexta-feira.
Antes do Atlético-PR, Carrasco treinou Rocha-URU, Fénix-URU, River Plate-URU, Nacional-URU e Emelec-EQU, além da Seleção Uruguaia. E ele usa como exemplo justamente uma partida da Celeste Olímpica contra o Brasil, no Estádio Pinheirão, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2006.
- O Uruguai perdia por 2 a 0 para o Brasil com Kaká, Ronaldo, Rivaldo... Primeiro tempo, derrota por 2 a 0 e (Uruguai) no 4-2-1-3. Qualquer treinador tiraria o atacante e perderia por 2 a 0 ou 3 a 0. Nós trocamos e fizemos 3-3-1-3, para dar resultado. Conseguimos 3 a 2. Faltando cinco minutos, de volta o Ronaldo (marca), 3 a 3. Se fizermos isso aqui, “vai embora, Carrasco” - explica o treinador atleticano.
- Nem sempre temos razão. Temos que saber escutar. Mas cultura, costume... respeitamos. Estamos tratando de nos acostumar com a cultura do Brasil - conclui o técnico rubro-negro.
O próximo compromisso do uruguaio Juan Ramón Carrasco é o clássico Atletiba, pela final do Campeonato Paranaense. O jogo começa às 16h de domingo, na Vila Capanema. Ele tem arbitragem de Evandro Rogério Roman, auxiliado por José Carlos Dias Passos e Moisés Aparecido Souza. A RPC TV, para todo o estado, e o Premiere FC, através do sistema Pay-Per-View para todo o Brasil, transmitem a partida. O GLOBOESPORTE.COM acompanha em Tempo Real, com vídeos, a partir de 15h30m.
Atletiba decisivo na Vila Capanema
06/05/2012 - Domingo - 13:09O primeiro jogo válido pela final do Campeonato Paranaense 2012 acontece hoje, às 16h, no Estádio Durival Britto e Silva (Vila Capanema). E nada mais empolgante do que decidir quem é o novo campeão do Paraná em Atletibas.
Para a partida de logo mais, o Furacão tem algumas baixas confirmadas. O atacante Guerrón vai cumprir o 2º jogo de suspensão - pena imposta pelo Tribunal de Justiça Desportiva (TJD-PR), o atacante Patrick não está inscrito para a competição, o zagueiro Rafael está em fase de transição e o lateral Gabriel Marques se recupera de uma luxação no ombro direito. Harrison, Renan Foguinho e Edigar Junio se lesionaram durante a semana, em jogo e treinamento, e tornaram-se dúvidas para o clássico.
Diante dessa indefinição, o treinador Juan Carrasco pode levar a campo um ataque totalmente diferente daquele utilizado na Copa do Brasil, o qual venceu o Cruzeiro, por 1 a 0, na última quarta-feira.
Torcida
O maior clássico do estado tem nesse primeiro confronto mando de campo do Atlético. Portanto, jogadores, comissão técnica e diretoria esperam que a torcida rubro-negra compareça em grande número para apoiar e incentivar a equipe diante do rival. Afinal, o resultado da partida deste domingo pode encaminhar de forma bem positiva a conquista do Campeonato Paranaense.
Adversário
O Coritiba também não confirmou a escalação da equipe que enfrentará o Atlético. O técnico Marcelo Oliveira poupou o meia Lincoln do jogo realizado pela Copa do Brasil e pode escalar o atleta como titular. A dúvida fica por conta do aproveitamento do meia Rafinha que se recupera de contusão.
Estádio
O último Atletiba disputado no Estádio Durival Britto e Silva foi bem recente. Em 22 de fevereiro de 2012, as duas equipes jogaram pelo 1º turno do Campeonato estadual e o placar foi um empate sem gols.
Em clássico de 87 anos, Atlético-PR e Coritiba fazem a final pela 14ª vez
Vitória no último minuto, gol contra, volta olímpica na casa rival, origem de apelido... História que chega ao 14° capítulo às 16h de domingo
detalhe, Sicupira (Foto: Divulgação/Atlético-PR)
Atlético-PR e Coritiba iniciam mais uma vez a disputa da final do Campeonato Paranaense. Maiores clubes do estado, eles somam 57 dos 97 títulos da competição – o Rubro-Negro tem 22; o Verdão, 35. E o clássico tem muitos momentos marcantes. Vitória no último minuto, gol contra, título com empates, decisão nos pênaltis, volta olímpica na casa do rival, origem de apelido... História que começou em 1941 e chega ao 14° capítulo às 16h (de Brasília) de domingo, na Vila Capanema. O Furacão tem ligeira vantagem: levou a melhor em sete duelos, contra seis do rival.
O primeiro Atletiba pela final, há 71 anos, teve vitória alviverde. No Estádio Joaquim Américo, 3 a 1 para o Coxa. Na partida de volta, 1 a 0 e festa da equipe comandada pelo atacante Neno, artilheiro do campeonato. Naquele ano, o dirigente atleticano Joffre Cabral chamou o atacante Hans Breyer de “alemão, coxa branca”. O “xingamento” virou apelido e foi adotado pelo Coritiba.
Ainda na década de 40, o Rubro-Negro deu o troco em dose dupla. Em 1943, o Atlético-PR conquistou duas vitórias, ambas por 3 a 2 e obteve o sétimo título estadual. Em 1945, o time venceu o Coxa por 2 a 1, no Estádio Belfort Duarte, após derrota por 2 a 1 e vitória por 5 a 4.
Atlético-PR e Coritiba voltaram a decidir o campeonato em 1968. E com muita emoção. Os times terminaram com 36 pontos e, por isso, disputaram dois jogos extras. No primeiro, vitória alviverde por 2 a 1. No segundo, com gol do atacante Paulo Vechio no último minuto do segundo tempo, empate e título coxa-branca no Estádio Joaquim Américo.
Os rivais se enfrentaram duas vezes nos anos 70. Em 1972, o Coritiba – melhor na primeira fase - foi campeão após três empates sem gols. Em 1978, o time comandado pelo goleiro Manga venceu nos pênaltis após mais um 0 a 0. Já em 1983, o Atlético-PR levou a melhor: vitória por 1 a 0, empate em 1 a 1 e festa rubro-negra.
Ele voltou a vencer o Verdão em 1990, 1998 e 2000. Primeiro, o Furacão levou a melhor no jogo de ida e garantiu a taça após empate no Estádio Couto Pereira. Detalhe: o gol rubro-negro foi marcado pelo zagueiro Berg, que cabeceou contra a própria meta e encobriu o goleiro Gérson. Em 98, o Atlético-PR empatou a primeira em 1 a 1, venceu a segunda por 4 a 1 e a última por 2 a 1. Já em 2000, o time da Arena da Baixada empatou as duas e foi campeão pela campanha geral.
Os times decidiram também o estadual de 2004. O Coritiba venceu por 2 a 1 no Estádio Couto Pereira e empatou por 3 a 3 na partida de volta. Ou seja, volta olímpica casa do rival. Em 2005, o Furacão fez a festa na Arena da Baixada: após perder por 1 a 0, ele venceu por 1 a 0 no tempo normal e por 4 a 2 nos pênaltis. No último clássico decisivo, em 2008, o Coritiba venceu por 2 a 0 como mandante e perdeu por 2 a 1 fora: mais uma vez, festa no estádio adversário.