06/05/2012 09h17 - em duelo especial na primeira final do Paulista
Com passagens por clubes grandes e pequenos do Brasil, experientes treinadores se enfrentam pela primeira vez em uma decisão
A final do Campeonato Paulista, entre Guarani e Santos, tem seus duelos à parte. Em campo, o zagueiro Domingos tentará parar o craque Neymar, Éwerton Páscoa deve colar em Paulo Henrique Ganso, e Edu Dracena fará de tudo para conter os ataques rápidos de Fabinho. Fora das quatro linhas, o duelo dos estrategistas. Amigos de longa data, Oswaldo Alvarez e Muricy Ramalho se enfrentarão pela primeira vez numa decisão. Na disputa pelo título estadual, eles apostam nas trajetórias diferentes no início de carreira e deixam a amizade de lado para levantar a taça - Peixe e Bugre fazem o primeiro jogo neste domingo, às 16h (de Brasília), no Morumbi.
Vadão e Muricy Ramalho, técnicos de Guarani e Santos (Foto: Editoria de Arte / Globoesporte.com)
O bugrino é quem está há mais tempo na estrada. Iniciou a carreira de treinador no Mogi Mirim em 1992, depois passou por XV de Piracicaba, Guarani, Matonense e Atlético-PR. Os bons trabalhos o levaram até Corinthians e São Paulo, onde teve passagens rápidas. Depois, rodou por Ponte Preta, Bahia, Vitória, Goiás e outros.
Na contramão, Muricy iniciou a carreira já no São Paulo. Campeão da Copa Conmebol em 1994, ele substituiu Telê Santana em 97, mas ficou poucos jogos. Depois, passou por Guarani, Portuguesa Santista, Náutico e São Caetano, até voltar aos grandes clubes. Dirigiu o Internacional, foi quatro vezes campeão brasileiro - com São Paulo (2006/2007/2008) e Fluminense (2010) - e venceu a Libertadores com o Santos (2011).
Vadão ainda tenta primeiro título no comando do Guarani (Foto: Bernardo Medeiros/ Globoesporte.com)
- Nós temos trajetórias até que parecidas. Eu trabalhei muito tempo da minha carreira no interior para depois chegar às equipes maiores. Com o Muricy foi o mesmo. Até temos a impressão que ele só dirigiu time grande. Ele comandou o Náutico, a Portuguesa Santista. Quando eu estava no São Paulo, em 2001, o Muricy era o técnico da Portuguesa - diz Vadão.
- Ele aprendeu a roer o osso por muito tempo para depois saborear o filet mignon. Por estar há mais tempo neste lado dos grandes, lógico que ele também respeita o Guarani nesta final - completa o treinador bugrino.
Muricy faz muitos elogios a Vadão, a quem credita grande parte do sucesso do Bugre neste Paulistão.
- Esse momento do Guarani se deve bastante ao treinador. Em times grandes, como o Santos, o técnico não interfere muito, uns 20%. Mas no Guarani, que tem dificuldades financeiras, o resultado passa muito pela comissão técnica - comenta o santista.
Ele só espera que a diretoria do Guarani consiga manter o time e possa dar a Vadão condições de fazer um bom trabalho por mais tempo.
- Esperamos que não seja só uma coisa de momento. É preciso ter uma filosofia de trabalho, o que é difícil no futebol. O Guarani está na mídia. Nós mesmos temos interesse em jogadores deles, pois fizeram um grande campeonato. O que não pode acontecer é o time perder todos os jogadores. O Vadão é bom técnico, mas ninguém faz milagre.
No encontro dos dois na primeira fase, quem se deu melhor foi Muricy. Mesmo sem o goleiro Rafael, o meia Paulo Henrique Ganso e o atacante Neymar, o Peixe foi ao Brinco de Ouro e fez 2 a 0 no Guarani, gols de Ibson e Arouca.
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